Wednesday, May 13, 2015

List of film directors (under construction)




Mat i syn (Sokurov, 1997);
"Hiergegen hat der Kranke nur Ein großes Heilmittel, — ich nenne es den russischen Fatalismus, jenen Fatalismus ohne Revolte, mit dem sich ein russischer Soldat, dem der Feldzug zu hart wird, zuletzt in den Schnee legt."
Nietzsche
"Rappelons que le terme çaman vient du toungouse et que les premières descriptions de transes chamaniques furent rapportées dès le XVIIe siècle par des Russes ayant voyagé en Siérie orientale."
Philippe Descola

- Abbas Kiarostami;
- Alain Resnais;
- Alexander Sokurov;
- Amat Escalante;
- Andrei Tarkovski;
- Apichatpong Weerasethakul;
- Bela Tarr;
- Carlos Saura;
- Coen Brothers;
- David Cronenberg;
- David Lynch;
- Derek Jarman;
- Eduardo Coutinho;
- Eric Rohmer;
- Federico Fellini;
- Glauber Rocha;
- Gus van Sant;
- Ingmar Bergman;
- Jean-Luc Godard;
- Jia Zhangke;
- Krzysztof Kieslowski;
- Lars von Trier;
- Louis Malle;
- Marcelo Piñeyro;
- Marco Bellocchio;
- Marguerite Duras;
- Michael Haneke;
- Miguel Gomes;
- Neil Jordan;
- Pablo Stoll;
- Paolo e Vittorio Taviani;
- Paul Thomas Anderson;
- Pedro Almodovar;
- Peter Greenaway;
- Pier Paolo Pasolini;
- Quentin Tarantino;
- Rainer Werner Fassbinder;
- Robert Bresson;
- Stanley Kubrick;
- Stvan Szabo;
- Thomas Vinterberg;
- Todd Solondz;
- Tsai Ming-Liang;
- Werner Herzog;

Saturday, May 09, 2015

O Primo Basílio de Eça de Queirós

"Je m'en assurais par la fausseté même de l'art prétendu réaliste et qui ne serait pas si mensonger si nous n'avions pris dans la vie l'habitude de donner à ce que nous sentons une expression qui en diffère tellement, et que nous prenons au bout de peu de temps pour la réalité même.  Je sentais que je n'aurais pas à m'embarrasser des diverses théories littéraires qui m'avaient un moment troublé—notamment celles que la critique avait développées au moment de l'affaire Dreyfus et avait reprises pendant la guerre et qui tendaient à faire sortir l'artiste de sa tour d'ivoire."
Marcel Proust (le narrateur)

"Et Nietzsche qui dénonce ailleurs la mystique du néant, parle ici des misérables réduits où vont se perdre avec violence les plus intelligents de nos contemporains, dans des professions de foi de chapelles esthétiques, tel le naturalisme parisien... ou dans le nihilisme selon le modèle de Saint-Pétersbourg, c'est-à-dire dans la croyance à la vertu de l'incroyance jusqu'au martyre pour cette dernière..."
Pierre Klossowski (Un si funeste désir) 
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"Um dos bons e vivazes talentos da atual geração portuguesa, o sr. Eça de Queirós, acaba de publicar o seu segundo romance, O Primo Basílio. O primeiro, O Crime do Padre Amaro, não foi decerto a sua estréia literária. De ambos os lados do Atlântico, apreciávamos há muito o estilo vigoroso e brilhante do colaborador do sr. Ramalho Ortigão, naquelas agudas Farpas, em que aliás os dois notáveis escritores formaram um só. Foi [com] a estréia no romance, e tão ruidosa estréia, que a crítica e o público, de mãos dadas, puseram desde logo o nome do autor na primeira galeria dos contemporâneos. Estava obrigado a prosseguir na carreira encetada; digamos melhor, a colher a palma do triunfo. Que é, e completo, e incontestável.
Mas esse triunfo é somente devido ao trabalho real do autor? O Crime do Padre Amaro revelou desde logo as tendências literárias do sr. Eça de Queirós e a escola a que abertamente [154] se filiava. O sr. Eça de Queirós é um fiel e aspérrimo discípulo do realismo propagado pelo autor do Assommoir. Se fora simples copista, o dever da crítica era deixá-lo, sem defesa, nas mãos do entusiasmo cego, que acabaria por matá-lo; mas é homem de talento, transpôs ainda há pouco as portas da oficina literária; e eu, que lhe não nego a minha admiração, tomo a peito dizer-lhe francamente o que penso, já da obra em si, já das doutrinas e práticas, cujo iniciador é, na pátria, de Alexandre Herculano e no idioma de Gonçalves Dias.
Que o sr. Eça de Queirós é discípulo do autor do Assommoir, ninguém há que o não conheça. O próprio Crime do Padre Amaro é imitação do romance de Zola, La faute de l'abbée Mouret. Situação análoga, iguais tendências; diferença do meio; diferença do desenlace, idêntico estilo; algumas reminiscências, como no capítulo da missa, e outras; enfim, o mesmo título. Quem os leu a ambos não contestou decerto a originalidade do sr. Eça de Queirós, porque ele a tinha, e tem, e a manifesta de modo afirmativo; creio até que essa mesma originalidade deu motivo ao maior defeito na concepção do Crime do Padre Amaro [...] [155]. [O] padre Amaro vive numa cidade de província, no meio de mulheres, ao lado de outros que do sacerdócio só têm a batina e as propinas; vê-os concupiscentes e maritalmente estabelecidos, sem perderem um só átomo de influência e consideração. Sendo assim, não se compreende o terror do padre Amaro, no dia em que do seu erro lhe nasce um filho, e muito menos se compreende que o mate. Das duas forças que lutam na alma do padre Amaro, uma é real e efetiva — o sentimento da paternidade; a outra é quimérica e impossível — o terror da opinião, que ele tem visto tolerante e cúmplice no desvio dos seus confrades; e não obstante, é esta a força que triunfa.
Ora bem, compreende-se a ruidosa aceitação do Crime do Padre Amaro. Era realismo implacável, consequente, lógico, levado à puerilidade e à obscuridade [...]. Não se conhecia no nosso idioma aquela reprodução fotográfica e servil das coisas mínimas e ignóbeis. Pela primeira vez, aparecia um livro em que o escuso e o [...] [156] torpe eram tratados com um carinho minucioso e relacionados com uma exação de inventário. [...] Pois que havia de fazer a maioria, senão admirar a fidelidade de um um autor que não esquece nada, e não oculta nada? Porque a nova poética é isto, e só chegará à perfeição no dia em que nos disser o número exato dos fios de que se compõe um lenço de cambraia ou um esfregão de cozinha [...]. 
Certo da vitória, o sr. Eça de Queirós reincidiu no gênero, e trouxe-nos O Primo Basílio, cujo êxito é evidentemente maior que o do primeiro romance, sem que, aliás, a ação seja mais intensa, mais interessante ou vivaz, nem mais perfeito o estilo. A que atribuir a maior aceitação deste livro? Ao próprio fato da reincidência, e, outrossim, ao requinte de certos [157] lances que não destoaram do paladar público. Talvez o autor se enganou em um ponto. Uma das passagens que maior impressão fizeram no Crime do Padre Amaro, foi a palavra de calculado cinismo, dita pelo herói. O herói de O Primo Basílio remata o livro com um dito análogo; e, se no primeiro romance é ele característico e novo, no segundo é já rebuscado, tem um ar de cliché; enfastia. Excluído esse lugar, a reprodução dos lances e do estilo é feita com o artifício necessário, para lhes dar novo aspecto e igual impressão. 
Vejamos o que é O Primo Basílio e comecemos por uma palavra que há nele. Um dos personagens, Sebastião, conta a outro o caso de Basílio, que, tendo namorado Luísa em solteira, estivera para casar com ela; mas falindo o pai, veio para o Brasil, donde escreveu desfazendo o casamento. — Mas é a Eugênia Grandet! exclama o outro. O sr. Eça de Queirós incumbiu-se de nos dar o fio da sua concepção. [...] [D]evo dizer, desde já, que de nenhum modo plagiou os personagens de Balzac. A Eugênia deste, a provinciana singela e boa, [158] cujo corpo, aliás robusto, encerra uma alma apaixonada e sublime, nada tem com a Luísa do sr. Eça de Querós. Na Eugênia há uma personalidade acentuada, uma figura moral, que por iso mesmo nos interessa e prende; a Luísa — força é dizê-lo — a Luísa é um caráter negativo, e no meio da ação ideada pelo autor, é antes um títere do que uma pessoa moral.
Repito, é um títere; não quero dizer que não tenha nervos e músculos; não tem mesmo outra coisa; não lhe peçam paixões nem remorsos; menos ainda consciência.
Casada com Jorge, faz este uma viagem ao Alentejo, ficando ela sozinha em Lisboa; aparece-lhe o primo Basílio [...]. Ela já não o ama; quando leu a notícia da chegada dele, doze dias antes, ficou muito 'admirada'; depois foi cuidar dos coletes do marido. Agora, que o vê, começa por ficar nervosa [...]; diz-lhe que estimara ter vindo justamente na ocasião de estar o marido ausente [...]. A tarde e [159] a noite gasta-as a pensar ora no primo, ora no marido. Tal é o intróito de uma queda, que nenhuma razão moral explica, nenhuma paixão, sublime ou subalterna, nenhum amor, nenhum despeito, nenhuma perversão sequer. Luísa resvala no lodo, sem vontade, sem repulsa, sem consciência; Basílio não faz mais do que empuxá-la, como matéria inerte, que é. Uma vez rolada ao erro, como nenhuma flama espiritual a alenta, não acha ali a saciedade das grandes paixões criminosas: rebolca-se simplesmente [...]. 
[A]qui chegamos ao defeito capital da concepção do sr. Eça de Queirós. A situação tende a acabar, porque o marido está prestes a voltar do Alentejo, e Basílio começa a enfastiar-se, e, já por isso, já porque o instiga um companheiro seu, não tardará a trasladar-se a Paris. Interveio, neste ponto, uma criada, Juliana, o caráter mais completo e verdadeiro do livro; Juliana está enfadada de servir; espreita um meio de enriquecer depressa; logra apoderar-se de quatro cartas; é o triunfo, é a opulência. Um dia em que a ama lhe ralha com aspereza, Juliana denuncia as armas que possui [160]. Luisa resolve fugir com o primo; prepara um saco de viagem, mete dentro alguns objetos. entre eles um retrato do marido. Ignoro inteiramente a razão fisiológica ou psicológica desta precaução de ternura conjugal: deve haver alguma; em todo caso, não é aparente. Não se efetua a fuga, porque o primo rejeita essa complicação; limita-se a oferecer o dinheiro para reaver as cartas, — dinheiro que a prima recusa — despede-se e retira-se de Lisboa. Daí o cordel que move a alma inerte de Luísa passa das mãos de Basílio para as da criada. Juliana, com a ameaça nas mãos, obtém de Luísa tudo, que lhe dê roupa, que lhe troque a alcova, que lha forre de palhinha, que a dispense de trabalhar. Faz mais: obriga-a a varrer, a engomar, a desempenhar outros misteres imundos. Um dia Luísa não se contém; confia tudo a um amigo de casa, que ameaça a criada com a polícia e a prisão, e obtém assim as fatais letras. Juliana sucumbe a um aneurisma; Luísa, que já padecia com a longa ameaça e perpétua humilhação, expira alguns dias depois. 
Um leitor perspicaz terá já visto a incongruência da concepção do sr. Eça de Queirós, e a inanidade do caráter da heroína [...] [161].
Como é que um espírito tão esclarecido, como o do autor, não viu que semelhante concepção era a coisa menos congruente e interessante do mundo? Que temos nós com essa luta intestina entre a ama e a criada, e em que nos pode interessar a doença de uma e a morte de ambas? [162] [...] sabemos que a catástrofe é o resultado de uma circunstância fortuita, e nada mais [...].
Se o autor, visto que o realismo também inculca vocação social e apostólica, intentou dar no seu romance algum ensinamento ou demonstrar com ele alguma tese, força é confessar que o não conseguiu, a menos de supor que a tese ou ensinamento seja isto: — A boa escolha dos fâmulos é uma condição de paz no adultério [...] [163]." 
"Há quinze dias, escrevi nestas colunas uma apreciação crítica do segundo romance do sr. Eça de Queirós [...] [167]. Parece que a certa porção de leitores desagradou a severidade da crítica. Não admira; nem a severidade está muito nos hábitos da terra, nem a doutrina realista é tão nova que não conte já, entre nós, mais de um férvido religionário [...].
E antes de ir adiante, convém retificar um ponto. Um dos meus contendores acusa-me de nada achar bom em O Primo Basílio. Não advertiu que, além de proclamar o talento do autor (seria pueril negar-lho) e de lhe reconhecer o dom da observação, notei o esmero de algumas páginas e a perfeição de um dos seus caracteres. [...] mas o seu livro traz defeitos que me parecem graves, uns de concepção, outros da escola em que o autor é aluno, e onde aspira a tornar-se mestre; digamos-lhe isto mesmo, [168] com a clareza e franqueza a que têm jus os espíritos de certa esfera. — E foi o que fiz, preferindo às generalidades do diletantismo literário a análise sincera e a reflexão paciente e longa [...] [169].
Releiam-me; lá verão que, depois de analisar o caráter de Luísa, de mostrar que ela cai sem repulsa nem vontade, que nenhum amor nem ódio a abala, que o adultério é ali uma simples aventura passageira, chego à conclusão de que, com tais caracteres como Luísa e Basílio, uma vez separados os dois, e regressando o marido, não há meio de continuar o romance, porque os heróis e a ação não dão mais nada de si [...]. Que acontecimento, logicamente deduzido da situação moral dos personagens, podia vir continuar uma ação extinta? [170].
[...] Ora, a subtituição do principal pelo acessório, a ação transplantada dos caracteres e dos sentimentos para o incidente, para o fortuito, eis o que me parece incongruente e contrário às leis da arte [171].
[...] Não peço, decerto, os estafados retratos do romantismo decadente; pelo contrário, alguma coisa há no realismo que pode ser colhido em proveito da imaginação e da arte. Mas sair de um excesso para cair em outro, não é regenerar nada: é trocar o agente da corrupção [176].
[...] Voltemos os olhos para a realidade, mas excluamos o realismo; assim não sacrificaremos a verdade estética." 
- Machado de Assis, published in Obras Completas de Machado de Assis, 29. Crítica Literária (Rio de Janeiro: W. M. Jackson, 1953, p. 154-79; ***Originally published in O Cruzeiro, April 16 and 30, 1878);

***Machado de Assis's insightful criticism of Luísa is true in what matters many others of Eça de Queirós' characters. They have the consistency of puppets (títeres). This is the case, for instance, of Artur Corvelo—who is himself a literary figure and the main character of Eça de Queirós' last (and unfinished) novel: A Capital!
***How much Brazil still lacks in literary rigor (severidade was Machado de Assis' word), one can figure out by reading the afterword (by Elza Miné) of a recent edition of A Capital! (São Paulo: Editora Globo, 2006—a very good edition, based on Luís Fagundes Duarte reconstruction of the text). In this afterword, although Miné considers the importance of Eça to Brazilian writers, Machado de Assis' criticism is not even mentioned. 
***Concerning the notion of "pessoa (but not ação) extinta", see perhaps: Do mais lúcido Irmão que não me conhecia... 

*** See also:
Augusto Meyer and Machado de Assis;

Friday, May 01, 2015

List of Soap Operas and Sitcoms (under construction), Globo Soap Operas


 










Maria Zilda Bethlem (pictures taken from the Internet) (as "Verônica," with Marieta Severo in Vereda Tropical/Rede Globo, 1984-85);
Nina Hagen's New York/ N.Y., leitmotiv of Verônica;
Richard Lloyd (Television) watching Tony Wilson (?) (from a Marquee Moon's CD); 
The heyday of Globo (#tvplimplim) was in the 1980s. Regina Casé and Consuelo Leandro are great actresses (Consuelo Leandro died in 1999). Scenes such as this are politically incorrect, histrionically absurd and at the same time truthful. People from my generation were very influenced by Globo soap operas.
Dina Sfat, Elke Maravilha & Marília Pera in Babenco's Pixote (1981);
Daft Punk's Television Rules the Nation (2001);
Resposta de Brizola ao JN, 1994 (versão curió) (A/Z 2020) [I took this video out of Youtube, because I wanted to change it];
Marieta Severo in Faca de Dois Gumes (Murilo Salles, 1989); 
Mila Moreira (Paulo Ghiraldelli/Youtube, 2021); 
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"'Ici, les gens ne pensent qu'à dominer et à s'entretuer...'
'Tu te fais des idées, chérie. Ils ne font que regarder la télé...'"
Julia Kristeva, Le vieil homme et les loups
"In the paper today tales of war and of waste
But you turn right over to the T.V. page"
Crowded House
"Fortified by the warm blanket of dope, and swept up in a Technicolor B-movie fantasy, he takes to his task like Leatherface at Thanksgiving."
James St. James
"As Organizações Globo são empresas sérias, não precisam, não querem e, provavelmente, não vão gostar dessa minha defesa..."
Marcelo Netto (Memórias de uma guerra suja)
"La menor aseguraba que se mataba si otra mujer lograba arrebatarle el amor del guardián, y vivía en evidente estado de angustia, incluso durante las horas de asistencia a telenovelas a duras penas lograba contener las lágrimas ante escenas de infelicidad amorosa."
Declaración de Testimonio (Antonia Maria da Silva Lopes/Cae la noche tropical)

"Le monde ne marche que par le malentendu. C'est par le malentendu universel que tout le monde s'accorde. Car si, par malheur, on se comprenait, on ne pourrait jamais s'accorder. L'homme d'esprit, celui qui ne s'accordera jamais avec personne, doit s'appliquer à aimer la conversation des imbéciles et la lecture des mauvais livres. Il en tirera des jouissances amères qui compenseront largement sa fatigue."
Baudelaire (Mon coeur mis à nu)

"Prefiro até o Jornal Nacional, em que o Cid Moreira é um cara que sabe falar, tem domínio da voz, tem dicção, um problema crônico do nosso cinema."
Rogério Sganzerla (Estado de São Paulo, 1988)
"... é novela das seis, sete, nove, dez. Isso não pode dar certo, sobretudo porque o país já é lento, tem uma formação mental extremamente afásica e colonial."
Rogério Sganzerla (Folha de São Paulo, 1995)
"Helena Ignez colocou muito de sua linguagem em Cara a CaraO Bandido da Luz Vermelha A mulher de todos. Mas foi com a Belair que deu uma contribuição autoral, criativa e extraordinária, porque criou para aqueles filmes uma forma de representação ainda inexistente, algo que nenhuma atriz havia feito até então. Depois disso a imitaram, e isso chegou à televisão."
Júlio Bressane (Folha de São Paulo, 1995)

"Now Little Johhny Jewel,
Oh, he's so cool,
He has no decision,
He's just trying to tell a vision..."
Television
"To hold the t.v. to my lips, the air so packed with cash
Then carry it up flights of stairs and drop it in the vacant lot
To lose my train of thought and fall into your arms' tracks
And watch beneath the eyelids every passing dot..."
Richard Hell
"Es würde eines tieferen Geistes vollkommen unwürdig sein, in der Mittelmässigkeit an sich schon einen Einwand zu sehn. Sie ist selbst die erste Notwendigkeit dafür, dass es Ausnahmen geben darf: eine hohe Kultur ist durch sie bedingt."
Nietzsche (Der Antichrist)

"A primeira vez que o pai o viu na televisão, também ficou muito chocado: ele usava uma calça enorme de odalisca, e o pai pensou que estivesse de saia. Era demais. De saia, pintado, cantando fino e rebolando, não dava realmente para um pai militar aguentar."
Denise Pires Vaz (Um Cara meio Estranho)
"Three thousand years in show business and I always keep my nose clean..."
William S. Burroughs (Naked Lunch)
"It was the third present he had given her; first had come the engagement ring, and then a little gold cigarette-case. He would be giving her many things now—clothes and jewels and friends and excitement."
Anthony Patch's stream of consciousness
"I don't care about truth. I want some happiness."
Gloria Gilbert
"Why, I might have been actually channeling the REAL SPIRIT of Zelda Fitzgerald..."
James St. James
"É uma história em tecnicolor para ter algum luxo, por Deus, que eu também preciso."
Clarice Lispector
"Sabe o que eu mais queria na vida? Pois era ser artista de cinema."
Macabéa
"A galinha vive como em sonho. Não tem senso de realidade."
Narrador (O Ovo e a Galinha)

"Paralelamente, acontecia o programa Divino Maravilhoso na TV Tupi, algo que Fellini teria dado nota máxima no quesito porra-louquice. Portas abertas para a tropicanalhada toda pintar e bordar à vontade... Sem aviso prévio, a direção da emissora um dia simplesmente despede os tropicalientes sem mais, ou melhor, o 'conselho' indireto dos milicas acabou vencendo..."
"Estava eu babando na sarjeta num daqueles momentos droguísticos quem sou eu, onde estou, quando Hebe  passa de carro por lá, me vê, desce, e me leva para sua casa..."
"Por em sentir em  casa no sofá dela, mesmo sendo ao vivo, uma vez fui ao programa  de pijama e pantufas e fiquei deitada lá só assistindo."
"Ria muito quando eu dizia: 'você pode votar no Maluf, porque eu te amo.'"
Rita Lee

"O presidente e fudador da Som Livre, o multimilionário braço fonográfico das organizações Globo, reponsável pelo lançamento das trilhas sonoras de novela, era João Araújo. Era o mesmo homem que, à frente da Philips em 1967, contratou todos os tropicalistas, na época meras promessas a tentar a sorte nos musicais da TV Record..."
"André Midani dirigia a Philips, após sua experiência no mercado de discos do México, a terra dos dramalhões televisivos..."
"Quem se  deu bem mesmo na história foi a Rede Globo... entrou em um esquema de permuta com a Artplan, dando espaço na programação diária, tipo Minuto do Rock, desde dois meses antes de o Rock in Rio começar. O segredo é que tais inserções entravam no ar com patrocínio da Kolynos, Desodorantes Playboy, Tênis Daytona e cerveja Malt 90, com cada um pagando à emissora nada menos que 570 mil dólares..."
Ricardo Alexandre (Dias de Luta)
"We were fascinated by America but aware of its darker side. A big novelty for a bunch of kids from England, where TV finished at eleven P.M. and there were only three channels, was the fact that America had all-night TV and loads of stations. We just locked into this televangelist Eugene Scott, who had a low rent show that was all about raising money. And the only reason he wanted the money was to stay on the air."
Cabaret Voltaire (as quoted in Simon Reynolds' Rip It Up)
"Led Zeppelin never appeared on television or radio, yet they sold more records at that time than any other group! They made sure their music was outside the area of manufactured pop product."
Malcolm McLaren (Simon Reynold's Rip It Up)

"I look at NBC blue, then I turn to another channel and look at the background in a different color and see which way it looks better with the skin tones on the faces."
"... it is your news and they're taken it and selling it as their product. But then they always say that they're helping you, and that's true too, but still, if people didn't give the news their news, and if everybody kept their news to themselves, the news wouldn't have any news."
"Certain people have TV magic: they fall completely apart off-camera but they are completely together on-camera... I never fall apart because I never fall together."
"What I like are things that are different every time... If I ever have to cast an acting role, I want the wrong person for the part... The wrong person looks so right to me."
"When you meet someone you never dreamed you'd meet, you're taken by surprise, so you haven't made up any fantasies and you're not let down."
"... you should always have a product that's not just 'you.' An actress should count up her plays and movies and a model should count up her photographs and a writer should count up his words and an artist should count up his pictures so you always know exactly what you're worth, and you don't get stuck thinking your product is you and your fame, and your aura."
"Right when I was being shot and ever since, I knew that I was watching television. The channels switch, but it's all television."
The Philosophy of Andy Warhol
"O que gostaria de te comunicar é tão simples e tão complexo, como a própria realidade-vida, que nem sei por onde começar. É por essa razão que gosto de novelas na televisão, nas quais as coisas nunca acabam de acontecer; é como a vida."
Lygia Clark (carta a Hélio Oiticica)

"Mais ces images et ces voix sont radicalement impuissants pour induire le moindre changement effectif, pour assigner la moindre responsabilité, et pour fournir autre chose que des alibis. Que cet ordre soit fondé sur le non-fondement d'un chaos (abîme et bouche ouverte), cela se rappellera nécessairement un jour à ceux qui l'oublient tout aussi nécessairement."
Jacques Derrida (Donner la mort)
"... vou  fazer  como vocês  la no Rio, ficar em casa vendo televisão. Esta é a realidade, tudo o mais é fantasia."
Motorista de Taxi (Fernando Sabino/Realidade e Fantasia)

"The average American spends more time per week watching television than in any other social activity. Pixels dancing on a screen are the central reality. People spend more time gazing at electrons than they do gazing into the eyes of their loved ones, looking into books, scanning other aspects of material reality. Talk about applied metaphysics! Electronic reality is more real than the physical world. This is a profound evolutionary leap. It can be compared to the jump from ocean to the shoreline..."
"Many of the Chinese students [of the Tien An Men Square in June 1989] had seen television coverage of student demonstrations in other countries. When German television stations began transmitting programs from the West, the Berlin Wall was on its way down."
Timothy Leary, Chaos & Cyberculture

"Présentateur ou présentratrice, cette dénomination est révélatrice du dernier des 'futurismes': celui du dopage électrotechnique de l'instant ominprésent qui torture si fort d'anciens journalists, subitement devenus des instantanéistes, et atteindra, demain, tout un chacun, métamorphosant la vie ordinaire des sociétés sédentarisées, ici ou là, en une vie infra-ordinaire; l'inertie photosensible des contemplateurs rejoignant bientôt celle de leur présentateur préféré, l'inertie de l'instant réel du flash d'information se substituant à celle, immobilière, de leur domiciliation, la délocalisation de l'emploi de l'espace se doublant de la désorientation de l'emploi du temps d'une vie quotidienne autrefois rythmée par l'alternance des jours comme des nuits..."
Paul Virilio, Le Grand Accélérateur
"Pour se servir de son affectivité comme le lutteur utilise sa musculature, il faut (au acteur) voir l'être humain comme un Double, comme le Kha des Emabumés de l'Égypte, comme un spectre perpétuel où rayonnent les forces de l'affectivité."
A. Artaud (Un athlétisme affectif)
"Energy is wasted on the wrong work of center; on unnecessary tension of the muscles out of all proportion to the work produced, on perpetual chatter which absorbs an enourmous amount of energy..."
Ouspensky

"A Globo é o mais moderno e popular veículo de comunicação do país e qualquer tentativa de intromissão de ideias em seu organismo implica, como não poderia deixar de ser, muita reflexão e luta... Esse mastodonte tem sua maneira de ser, vai sempre em frente e tem pouco tempo para ouvir o que os outros têm a dizer. Aos poucos, porém, fui compreendendo seus códigos e colocando algumas de minhas ideias, sobretudo na área da trilha sonora, ou sonoplastia, como se diz no rádio e na TV. Fiz trilhas só com ruídos, outras com serestas: fiz uma dodecafônica, outra só eletrônica; uma com rock progressivo e uma só com Wagner, Debussy e Satie. Todos os universos sonoros conhecidos estiveram presentes nos 20 'Casos Especiais' e alguns seriados que fiz e jamais alguém ligou para a estação para dizer que o som estaria 'moderno' demais, estranho ou incompatível com o que a TV mostrava. Isto é, o público tem antenas sensíveis a qualquer tipo de ideia sonora... A TV europeia veio de organismos culturais mais antigos — do teatro, do livro, por exemplo, e permanece muito ligada a eles. A norte-americana veio do cinema. A brasileira veio da porralouquice do Assis Chateaubriand, mas via rádio, o veículo de comunicação mais recente que havia. E não só pela modernidade do rádio, mas pelo fato de ele ser um veículo que atua diretamente na imaginação do indivíduo, um veículo 'quente', como dizia o McLuhan, a TV brasileira saiu por aí delirando, sem compromissos com enquadrações, conteúdos ou códigos de comunicação anteriores."
"A Globo é uma das mais bem-sucedidas empresas deste país. Se cada habitante do mundo que vê a Globo tomasse uma xícara de nosso café por dia ou usasse sapato de Franca, nós pagaríamos a dívida externa de toda a América Latina..."
"Televisão é indústria de comunicação e em indústria ninguém 'acha' nada; pesquisa-se, conhece-se o mercado e bola-se o produto."
"... não me peça bulas para o sucesso, pois nos labirintos da criação artística, dois mais dois não são quatro. A única coisa que eu posso afirmar com segurança é que um slogan que o brasileiro muito gosta e que é bem coisa de país subdesenvolvido, como 'jeitinho' e outras espertezas, aquele que diz que 'em time que está ganhando não se mexe', não se aplica em raciocínio artístico ou empresarial."
"... lançar mão da inteligência ou de ideias de fora da máquina é também uma forma de alimentá-la, algo que a TV brasileira, e mais particularmente a Globo, nunca soube tirar proveito, ainda que, acidentalmente, isso tenha ocorrido."
"Quando, naqueles idos de 60, fazia-se muita música criativa no Brasil, quem documentou, incentivou e ofereceu condições ideais para que toda aquela avalancha renovadora tivesse um rendimento máximo, foram as multinacionais, mais precisamente a Philips, através de um marroquino, judeu, de nome italiano, formação francesa, naturalizado brasileiro e presidente de uma multinacional holandesa, o André Midani."
Júlio Medaglia (Música Impopular)

Televisão (Titãs 1985):
"A televisão me deixou burro, muito burro demais
Agora todas coisas que eu penso me parecem iguais
O sorvete me deixou gripado pelo resto da vida
E agora toda noite quando deito é boa noite, querida.
Ô cride, fala pra mãe
Que eu nunca li num livro que um espirro fosse um virus sem cura
Vê se me entende pelo menas uma vez, criatura!
Ô cride, fala pra mae!
A mãe diz pra eu fazer alguma coisa mas eu nao faço nada
A luz do sol me incomoda, entao deixa a cortina fechada
É que a televisão me deixou burro, muito burro demais
E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais
Ô cride, fala pra mãe
Que tudo que a antena captar meu coração captura
Vê se me entende pelo menos uma vez, criatura!
Ô cride, fala pra mãe!"

- Absolutely Fabulous;
- The Twilight Zone (Long Distance Call);
- Lost in Space;
- Twin Peaks;

Brazilian Soap Operas: 
- Avenida Brasil (João Emanuel Carneiro, 2012);
- O Cravo e a Rosa (Walcyr Carrasco e Mário Teixeira, 2000-2001);
- Vamp (Antônio Calmon, 1991-92);
- Meu Bem, Meu Mal (Cassiano Gabus Mendes, 1990-91);
- Bebê a Bordo (Carlos Lombardi, 1988-89);
- Mandala (Dias Gomes, 1987-88);
- Carmen (Gloria Perez, 1987-88; Rede Manchete);
- Sassaricando (Silvio de Abreu, 1987-88);
- O Outro (Aguinaldo Silva, 1987);
- Brega & Chique (Cassiano Gabus Mendes, 1987);
- Roda de Fogo (Lauro César Muniz, 1986-87);
- Selva de Pedra (Regina Braga e Eloy Araújo, 1986);
- Dona Beija (Wilson Aguiar Filho, 1986; Rede Manchete);
- Roque Santeiro (Dias Gomes, 1985-86);
- Vereda Tropical (Carlos Lombardi, 1984-85);
- Corpo a Corpo (Gilberto Braga, 1984-85);
- Partido Alto (Aguinaldo Silva e Gloria Perez, 1984);
- Guerra dos Sexos (Sílvio de Abreu, 1983-84);
- Louco Amor (Gilberto Braga, 1983);
- Sol de Verão (Manuel Carlos, 1982-83);
- Sétimo Sentido (Janete Clair, 1982) (abertura; último capítulo);
- Baila Comigo (Manuel Carlos, 1981);
- Marron Glacê (1979-1980);
- Feijão Maravilha (Bráulio Pedroso, 1979);
- Pecado Rasgado (Silvio de Abreu, 1978-79);
- Dancin' Days (Gilberto Braga, 1978-79);
- Pecado Capital (Janete Clair, 1975-76);
- O Rebu (Walter Avancini e Jardel Mello, 1974);

Brazilian divas and actresses:
- Adriana Esteves;
- Aracy Balabanian;
- Beatriz Segall (Odete Roitmann);
- Bel Kutner;
- Bruna Lombardi;
- Christiane Torloni;
- Clarice Piovesan;
- ***Cristina Pereira;
- Débora Bloch;
- ***Dina Sfat;
- ***Drica Moraes;
- Elizabeth Savalla;
- Eva Todor;
- Fernanda Montenegro;
- Fernanda Torres;
- ***Gloria Pires;
- Henriqueta Brieba;
- Inês Galvão;
- Irene Ravache;
- Isabela Garcia;
- Joana Fomm;
- Lady Francisco;
- Lídia Brondi;
- Louise Cardoso;
- ***Lucélia Santos;
- Lúcia Alves;
- Maitê Proença;
- Maria Padilha;
- Maria Zilda***;
- Marieta Severo;
- Marília Peira;
- Mila Moreira;
- ***Miriam Pires;
- Myriam Rios;
- Natália do Vale;
- Nathália Timberg;
- Norma Geraldy;
- Patricia Travassos;
- Regina Casé; 
- Regina Duarte;
- Renata Sorrah (Nazareth Tedesco);
- Renée Vielmond;
- Rogéria (Astolfo Barroso Pinto);
- Rosamaria Murtinho;
- Sandra Bréa;
- Sílvia Pfeifer;
- Sonia Braga;
- Susana Vieira;
- Tereza Rachel; 
- Tonia Carreiro;
- Vera Fischer;
- Vera Holtz;
- Vic Militello; 

Brazilian galãs and actors:
- Alberto Riccelli;
- Ary Fontoura;
- Carlos Vereza;
- Daniel Dantas;
- Fábio Assunção;
- Felipe Carone; 
- Francisco Cuoco;
- Guilherme Fontes;
- José Lewgoy; 
- José Meyer;
- José Wilker;
- Kadu Moliterno;
- Lauro Corona;
- Luís Carlos Arutin;
- Luis Melo;
- Luiz Fernando Guimarães;
- Marco Nanini; 
- Maurício Mattar;
- Ney Latorraca;
- Paulo Autran;
- Walmor Chagas;

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