Saturday, July 23, 2016

Pau Brasil (Oswald de Andrade)

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Oswald de Andrade, A/Z mixed media rough sketch, available with other A/Z drawings and photographs at Fine Art America;
Antonio Parreiras, Residência da Família Parreira Horta, circa 1898;
Cecília Meireles, Menino com cesto à cabeça;
Candido Portinari, O Flautista (1942);
Pierre Verger;
Jesuíno do Monte Carmelo, Detalhe do forro da Igreja da Ordem Terceira do Carmo Itu;
São Francisco das Chagas, Capela da Nossa Senhora dos Aflitos, São Paulo, (Percival Tirapeli, Arte Sacra Colonial);
Aleijadinho, Nosso Senhor da Paciência (Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, Antônio Francisco de Lisboa, o "Aleijadinho": o que vemos e o que sabemos);
Aside by Ezra Pound (Salutation, Commission); 
Mário de Andrade (O Capoeira, Relicário, Bonde, Contrabando, Passionária, Procissão de Enterro, Simbologia, Sábado de Aleluia, Ressurreição); 
Mário Quintana (A Cozinheira); 
Wesley Duke LeeO Tríptico (update figuras do Guardião & Guardiã, adptado às circustâncias) ["Essa parte foi considerada chocante e, para remediar a situação, a Eminência Parda colou a parte móvel com Araldite, numa atitude espantosa de autoritarismo e desrespeito ao artista, que nesse momento se encontrava no exterior... Wesley retorna e transforma o retrato num tríptico, pintando uma tarja negra sobre os olhos da mulher retratada e colocando a cada lado do retrato os guardiões... acopla à tela um retrato do Chefe, com sua moldura dourada, típica do ecletismo... a Eminência Parda é representada de óculos escuros..." Cacilda Teixeira da Costa, Wesley Duke Lee, Edusp 2005, p. 117-18];
Ouvindo Oswald (Funarte, 1999/Youtube); 
George Antheil's Violin Sonata n. 2 (Vahid Khadem-Missagh and Gottlieb Wallisch, 2015,Youtube); 
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"A operação metafísica que se liga ao rito antropofágico é a da transformação do tabu em totem."
O. A. (A Crise da Filosofia Messiânica)
"... gar nicht vom Opfer (der Mahlzeit) zu reden..."
Nietzsche (Der Antichrist)

"Minha ligação com esse pessoal todo, Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, é nossa disposição de voltar a Oswald de Andrade. Oswald é o ponto de ligação entre o meu trabalho e Caetano, Gil, os poetas concretistas de São Paulo, que têm essa nova compreensão estética, e Fernando Coni Campos, Zé do Caixão."
Rogério Sganzerla (entrevista a Marcos Faerman, 1969)
"O Nelson Pereira tem filmes maravilhosos, Boca de ouro, Mandacaru vermelho, que é dez vezes melhor que Fome de Amor, embora ele não saiba, Barravento [de Glauber Rocha] é sensacional, gosto muito de Deus e o diabo, gosto do primeiro filme do Miguel Borges que chama-se Canalha em crise. O cinema brasileiro quando era feito no mato ou na favela. São caminhos que Oswald de Andrade apontava: no sertão ou na favela. Eram filmes extremamente interessantes pela ingenuidade. Do momento em que o cara deixou de ser ingênuo pra ser um pouquinho menos ingênuo se fodeu todo.  Deu aquela: sou autor, vou filmar o meu universo, o meu estilo, os meus mitos, as minhas sensibilidades. Aí o cara não tinha nem muita sensibilidade, nem muita coragem e nem muito talento..."
Rogério Sganzerla (Pasquim, 1970)

"Em outubro de 1929 vieram o crash da Bolsa e a crise do café. Oswald e Pagu se engajavam no Partido Comunista. E o criador de Serafim Ponte Grande, julgando-se curado do 'sarampão antropofágico', virou 'casaca de ferro da Revolução Proletária'. As ideias e concepções da antropofagia foram postas de lado por muito tempo. Só em 1945, depois de sua ruptura com os comunistas, é que Oswald, intelectualmente recuperado, se dispôs a aprofundar os temas antropofágicos."
"Tivesse escrito em inglês ou francês, quem sabe até em espanhol, e sua antropofagia já teria sido entronizada na constelação de ideias de pensadores tão originais e inortodoxos como McLuhan, Buckminster Fuller, John Cage... A antropofagia, que salvou o sentido do modernismo, é também a única filosofia original brasileira e, sob alguns aspectos, o mais radical dos movimentos literários que produzimos."
Augusto de Campos (Revistas Re-Vistas: Os Antropófagos)
"Os livros — o que restava da edição de 1945 — estavam empilhados, se bem me lembro, no alto de um armário numa dependência interna do apartamento. Oswald os distribuía, assim, generosamente, aos poucos amigos e simpatizantes. Tal era a solidão do poeta, já quase sexagenário, que, 'de facho em riste, bancando o Trótski, em solilóquio com a revolução permanente' — como o descrevera Patrícia Galvão um ano antes — continuava a vociferar contra tudo e contra todos em defesa do modernismo e da antropofagia, à espera do resgate das futuras gerações."
Augusto de Campos (Oswald, Livro Livre)

"A violenta compressão a que Oswald submete o poema, atingido sínteses diretas, propõe um problema de funcionalidade orgânica que causa espécie em confronto com o vício retórico nacional, a que não se furtaram, em derramamentos piegas, os próprios modernistas e que anula boa parte da obra de  um Mário de Andrade, por exemplo."
"Terra de muitos estudantes e estudiosos de filosofia mas de poucos filósofos, o Brasil tem em Oswald um dos raros intelectuais a que esse termo, em sua acepção integral, pode ser aplicado sem constrangimento. Embora seus escritos continuem a ser rejeitados pelo mundo acadêmico, evidenciam-no como um solitário pensador original... Oswald não enrolava o pensamento em cipoais argumentativos. Era sintético e direto. Tinha o 'defeito' literário de escrever bem."
Augusto de Campos (Pós-Walds)

"Hat Jemand, Ende des neunzehnten Jahrhunderts, einen deutlichen Begriff davon, was Dichter starker Zeitalter Inspiration nannten? Im andren Falle will ich’s beschreiben..." 
Nietzsche (Ecce Homo)
"... certain emotions as vital to me... faced with the infinite and ineffable imbecility of the British Empire, as they were to Propertius some centuries earlier, when faced with the infinite and ineffable imbecility of the Roman Empire..." 
(Pound about his "Homage to Sextus Propertius"; New Selected Poems and Translations, edited by Richard Sieburth, New Directions, 2010, p. 298).
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This was (still is) written against "the new rich artists, literary officials, pompous academicians, provincial geniuses, and the poets of parliamentary report" &/or members of "the Freemasonry of Cronyism" [novos-ricos da arte, empregados públicos da literatura, acadêmicos de fardão, gênios das províncias, poetas do Diário Oficial... Maçonaria da Camaradagem] (Paulo Prado, "Poesia Pau Brasil").
Brazil: society of "derelict savants" [náufragos eruditos] and encyclopedic congestion [rebentaram de enciclopedismo] (Oswald de Andrade, "Falação").
An Aside by Mário de Andrade (sem tradução, que preguiça!):
"Quanto a algum escândalo possível que o trabalho possa causar, sem sacudir a poeira das sandálias, que não uso sandálias dessas, sempre tive uma paciência (muito) piedosa com a imbecilidade pra que o tempo do meu corpo não cadenciasse meus dias de luta com noites cheias de calma..." (1st Preface to Macunaíma).

"o violeiro
Vi a saída da lua
Tive um gosto singulá
Em frente da casa tua
São vortas que o mundo dá"

"ditirambo
Meu amor me ensinou a ser simples
Como um largo de igreja
Onde não há nem um sino
Nem um lápis
Nem uma sensualidade"

"guararapes
[...]
Mas que sujeito loiro!"

"II
Bestão querido
Estou sofrendo
Sabia que ia sofrer
Que tristeza esse apartamento de hotel
[...]
Que distância!
Não choro
Porque meus olhos ficam feios"

"pronominais
[...]
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro!"

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